segunda-feira, 6 de abril de 2009

Reflexão..... Quando lemos em “A República de Platão” o pensamento político de Sócrates , vemos alguma semelhança com o que ocorre atualmente na esfera política nacional ou internacional?
Sócrates combatia a alienação que havia tomado conta dos habitantes de Atenas, visto que os últimos se recusavam a pensar. A geração socrática estava perdendo de vista o real sentido das estruturas sociais e das instituições tradicionais. A vida estava sendo “mecanizada”. Ninguém parava para pensar por qual razão fazia as coisas. O sentimento de coesão comunitária, de solidariedade entre grupos e pessoas estava sendo substituído por uma espécie de egoísmo privado, sobretudo o elaborado pelo discurso político construído pelos sofistas. Sócrates colocava que cada um pensava em si, em sua prosperidade pessoal, abrindo mão da busca do essencial na política, daquilo que realmente importa na vida da pólis grega; que é a busca pela sabedoria, pela realização do homem que, na qualidade de ser pensante, é único animal da natureza dotado de razão. Assim como Sócrates, Platão abominava o sistema democrático, pois ambos não viam condições de que pessoas que não fizessem do ato de pensar uma profissão terem a capacidade de administrar o que quer que fosse na esfera pública - quando muito, somente o próprio lar, instituição circunscrita à esfera privada. Para Sócrates, o único governante capaz de dirigir a pólis é o racional, ou, em outras palavras, o lógico seria o governo regido pelo “homem que sabe”, o que gerou para Platão mais tarde , o desenvolvimento da idéia do "Rei-Filósofo".
O objetivo platônico foi o de demonstrar que um sistema que toma suas decisões por intermédio de "muitas cabeças" – o que equivaleria a nenhuma, pois, movidas pela mera “doxa” = opinião, e não pela verdade – não consegue sequer ser coerente com os postulados que diz defender.

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